segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Antes do Natal, tudo irá melhorar!!!


Meu post não teria nada a ver com este, mas acabo de assistir o Jornal Nacional e não tive como ficar inerte á notícia, entre tantas absurdamente reais. O lance? Um pastor que apresenta um rapaz visivelmente desorientado mentalmente, após o mesmo ter cometido latrocínio, ou seja, roubo seguido de assassinato. Segundo o pastor Isaias Andrade, o indivíduo estava possuído malignamente quando cometeu a insanidade contra o turista italiano, na orla carioca. Após uma sessão de exorcismo, o mesmo o procurou no gabinete e confessou o crime.
Eu pergunto aos meus amigos cristãos, pastores, simpatizantes do evangelho, amigos não cristãos, colegas leitores deste blog: é pra isso que serve o Cristianismo? Pra ser protagonista de doidices criminosas, para acobertar a criminalidade trivial do Rio de Janeiro, pra ser manchete internacional quando bispos “renascentistas” são presos em território americano por entrarem com valores no país não foram declarados?

Não, não é pra nenhuma das coisas citadas que serviu o sacrifício de Cristo. Porém, por muito pouco, estão transformando a mensagem mais preciosa e revolucionária da história do homem, num meio doentio de se entender a vida, num prisma alucinado de cura/doença, paz/guerra, sanidade/loucura.

Enquanto isso, os templos não param de produzir “adoradores em massa”. A adoração virou um espelho feliz de uma sociedade patologicamente falida. “Nós não somos deste mundo” e possivelmente por isso, estamos meneando a cabeça e dando os ombros para o que acontece a este País. Cristo disse: “Não o peço que os tire deste mundo, mas os livre do mal.” Só que um dos grandes meios de libertação desta vida - cada dia menos repleta da Graça de Cristo - é ser a luz bendita e, quando não iluminamos, somos também trevas e mais: a Bíblia diz que somos sal e, se não servimos para salgar, apenas “valemos” para sermos pisados. Não gostaria que esta realidade fosse tão “real”, tão dolorida.

Há sempre quem pense que digo algumas coisas com rancor ou raiva. Nem rancor, nem raiva, mas tristeza por não enxergar uma solução fácil para esta geração difícil, que prefere adorar de olhos fechados, bem fechadinhos. Porque deve dolorir enxergar uma constatação real que só a mensagem do Evangelho é capaz de mudar, através da plantação de frutos de transformação visíveis para Deus e nem sempre para os homens.




Gosto muito de rock. Gosto muito de tv. Gosto muito dos poucos amigos que tenho e me divirto falando de tudo que me alegra, que me ajuda a viver e que me satisfaz, mas hoje não dá. Cada dia menos quero carregar esta alcunha de evangélico no meu sobrenome. Não me chamem de crente, não me chamem de bíblia. Chamem-me pelo nome. Chamem-me de Pierrot.

Eu sempre fui um bom leitor. Gosto muito de estudar, mas confesso aos senhores, com o perdão da expressão, que não ando com muito saco. No meu curso (Literatura) há coisas absolutamente intragáveis, mas necessárias. Ele me ajuda (o curso) a melhorar a clareza na escrita, a ponderar um raciocínio mais democrático e entender o pensamento de homens preciosos na história da humanidade. Com quase 33, espero que me perdoem. Ás 11 da noite de certas noites eu só quero o ônibus de volta e nada me consola quanto a isto.

Ah solidão... Gente eu ando tão sozinho. Tão saudoso. Ás vezes dói tanto. Ás vezes já passou da fase “dolosa”. Ás vezes arde sem visibilidade. A Renatinha tá distante por motivos de manutenção de saúde, tá aqui dentro de mim, mas sinto falta de gente me afagando. De um colinho pro ego e pra mim. Espero que entendam o que acabo de escrever. A solidão a que me refiro não é dos braços da amada apenas, é uma solidão sem nomenclatura fácil. É aquela solidão de estar sozinho duas vezes. Um dia, eu tento explicar essa expressão que escrevi num poema há quase 15 anos.

Eu tenho um amigo. Com muito orgulho eu digo que o Nelson Junior é um amigo muito querido que me conhece só de olhar e ele me conhece de ler e de me perceber. Nos afastamos há alguns anos. Paulo e Barnabé, dada as devidas proporções. A gente já conversou muitas horas. Na época, solteiros, dizíamos sobre tudo e sobre todas as coisas que nos alegravam e nos afligiam. Dentro do Ebenézer. Um dia explico quem era o Ebenézer. De repente ele mesmo diz. Eu recebi um e-mail dele falando de gente ocasional que deixa um scrap no orkut com aquelas frases feitas. Frases que não são tangentes na vida real, mas fonemas soltinhos e quase vazios de significado. “Oi como vai você?”. “Quem bom que você está por aqui”. E coisas do tipo. Pois é NJ. O orkut tem muitas utilidades: ver gente amiga e distante (acompanhar a vida, saber das novidades), estreitar relacionamentos que estão no campo da timidez, pesquisar assuntos interessantes e outros que não são e, aperfeiçoar o dom da brasilidade mais latente nos últimos anos: o narcisismo. Todo mundo no orkut é herói de si mesmo. É carinhoso. É bacana. É atencioso. É lindo. É mito. Os álbuns do Orkut viraram prefácio de revista “Caras” onde todo mundo se revela feliz. Estes scraps (recadinhos de conhecidos ou não) são como nata no leite, desagradáveis. Isso quando não mandam aquelas fotinhas meigas “Tenha um excelente fim de semana”. Pois é. O preço que se paga. Mas NJ se você me permite um conselho: mande uma mensagem daquelas bem “rabugentas”, dessas que eu já mandei (hehe) e experimente os valiosos resultados. Dificilmente te importunarão novamente.

E pra terminar:





Aprendam o valor do elogio. Sem elogio, não existe relacionamento. O elogio sincero numa boa hora lhe garante um dia melhor. A crítica é bacana, mas o elogio carregado de carinho e afago faz a sua auto crítica ter mais valor. Não dá pra sempre se julgar o chulé da pior sola de sapato. Mentir pra si mesmo não é sempre a pior mentira?


Nos próximos posts:

10 discos que você precisa ouvir
10 metas para o ano de 2008
10 músicas para você não esquecer a pessoa amada
10 palavras que a gente quase não vive

6 comentários:

André Rocha disse...

Grande Daniel!

Colocações muito pertinentes e escritas com propriedade.

Um abraço e um afago na alma para o meu amigo carente. Hehehe

Anônimo disse...

Grande Daniel.. texto claro muito bom de ler!!! Não poderia deixar de comentar... se esse crime foi algo de outro mundo, só falta o cidadão aí dizer que é o João Paulo da ex-dupla com Daniel... (que comentário!!! hahahaha). Falando sério, senti uma mistura de vergonha e raiva.

MaxGama disse...

Parabéns ótimo texto. Poderia falar uma série de coisas que me transmitiram...mas ficarei só na superficialidade orkuteana.
Um grande abraço e melhoras na saudade!!!

Fui... <-- Pra não perder o costume

Nelson disse...

Pierrot,
Sempre passo por aqui! Mto bom! Esperei por esta publicação.
Muita fé e bondade sua dizer q os templos produzem "adoradores em massa". Antes fosse! Queria um prisma tão otimista como o seu amigo! Se assim fosse, veríamos evangélicos mais verdadeiros. Meu otimismo permite dizer "clientes em massa". Depois posso explicar no meu blogg. heheheh
Tbm retirei a alcunha de evangélico do meu sobrenome.
Por fim, vc mexeu com minhas emoções. Tbm com saudosismo, lembro -me daquele tempo.
Obrigado pelo carinho q vc sempre demostrou, não pelos scraps da vida, mas através de sua propria vida! E olha que vc não é nada "político" e por isso eu valorizo ainda mais!
Valeu mto por esta leitura! Mais uma...

Anônimo disse...

Tenho um amigo Pierrot,

é minha primeira visita por aqui.
Talvez por distração ou alienação mesmo
Te deixei passar...
Lembro-me de seus rascunhos tentando expressar o amor e decepções...Caraca!!! como pude me lembrar!E como pude esquecer...?
Que bom que te achei em vida!!!

com amor,
Tilly

Unknown disse...

Oi...como é bom ler os seus textos..ja disse, repito..você é o meu heroi!!
Parabens. Os textos são simples e com um grau de Importãncia muito grande...concordo plenamente com você. Que País e este! o que fazer..o mundo gira e as pessoas "piram"!!hahahaa

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