sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

" A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" - Provérbios 15.1

Um leitor deste blog fez elogios rasgados ao conteúdo deste diário mas fez críticas abertas e sinceras ao meu mal humor e pessimismo de quem escreve. Ele disse que a escrita é boa quando realista e ruim quando estou mal humorado e pessimista, segundo a visão dele. Bem... Este é o diário do Pierrot. O que o Pierrot sentir, pensar, vai estar aqui retratado para eternidade como uma fotografia do momento. Então, caso eu esteja feliz isso será fotografado. Caso não, também. É verdade que nos últimos dias eu não tenho estado satisfeito com a maioria das coisas que vejo com meus olhos e ouço com meus ouvidos, mas eu sou assim. Se um comportamento que não for o meu estiver por aqui, este não será o Diário do Pierrot. Respondido?



Analisa antes de entrar em análise...

Eu desde novinho gosto de ler revistas femininas. Entendam bem. Eu gosto de ler Cláudia, Boa Forma, Marie Claire. Porque geralmente estas publicações tem matérias ricas e interessantes, além de contar com uma sessão de cartas que são absolutamente reveladoras. Volta e meia você pega uma história do tipo: "Troquei meu marido pelo motoboy", "Sou casada, tenho dois filhos e estou apaixonada pela minha melhor amiga", "Cansei de ser mulher" e coisas do tipo. Sempre rola uma personagem mais ou menos assim: "Sou empresária bem sucedida do ramo...", "Moro numa próspera região de...", ou seja, quase sempre são dondocas, novas ou balzaquianas, montadas na grana que revelam seus dramas pessoais e coletivos, sob pseudonimos, á leitores de revista feminina comportamental. Eu sou um destes. Li, rapidamente na internet, uma chamada da revista Marie Claire de janeiro que era o seguinte: A terapeuta de casal roubou meu marido. A história em miúdos é a seguinte: um casal passando por uma crise resolve buscar uma solução profissional para seus problemas. Então vai até uma clínica e procura uma especialista em problemas matrimoniais. Resultado inesperado do tratamento, a psicóloga se envolve com o "doente" masculino e põe fim de vez na restauração daquele cônjuge. A revista diz que este tipo de situação é mais comum (!) do que se pensa, mediante a transparência exposta do casal mediante uma outra mulher ou homem.

É rapaziada. Mexeram no satélite ou tiraram ele de lá de cima. É sabido e visível que o casamento tornou-se um símbolo decaído de uma sociedade devastada pelo hedonismo. Fidelidade virou mais uma propriedade religiosa do que propriamente conjugal. Aqueles que tentam, por um meio ou por outro, salvar ou reconstruir as bases destruidas de seus lares, agora também tem pela frente a concorrência aguerrida (e solenemente disfarçada) dos divãs femininos ou masculinos. Freud explica?

Casamento realmente não é coisa fácil. De cara, posso dizer que depois de 10 anos com a mesma pessoa, que o matrimônio não pode ser uma batalha, um duelo, uma guerra. Casamento, pra mim, é o título daquele filme estrelado por Keanu Reeves, Jack Nicholson, Diane Keaton... Alguém tem que ceder. O tempo inteiro, durante a infinitude do que chamamos de amor. Esta tarefa, que parece ser sacrificiosa, vai se tornando rotineira e quase banal, quando ceder não é mais significado de perder e sim de chance e chances entregues á quem a gente ama, voltam pra gente nas formas mais surpresas e agradáveis. Se o casamento virar uma espécie de "hoje você vai ver", é melhor parar por aí. Melhor que isso, é parar antes. Temos dentro da gente um orgulho besta de em todo momento termos a necessidade de provarmos aos outros do que somos capazes e quase sempre a prova desta capacidade vem em forma de vingança e vingança nunca é do bem. Isso só tem graça em comédia romântica. Na vida real, casal em pé de guerra, não levanta da cama.

Nas crises, nada melhor do que ter bons amigos. Pessoas que possam te abraçar sem ouvir tudo que você tem pra dizer, mesmo que elas possam suportar toda a dor que se sente. Me desculpem os profissionais da área mas parece-me estranho pagar alguém que nunca me viu na vida e que vai julgar me conhecer por padrões generalizados de comportamento. É tão legal, com um copo de vinho na mão (de vez em quando é bom, vai), contar suas lástimas a quem realmente se interessa pela sua vida e não precisar sair de lá ouvindo os motivos que te levaram a tal situação mas que "tudo vai dar certo", acompanhado de um sorriso e de uma história de alguém que triunfou.

Viver é fácil, difícil é conviver, diz o ditado... Mas estamos aí, não dá pra fugir da lida. Sem contar, que viver ainda é a melhor "fuga". Se manter em crises, lástismas, dramas e choramingos, por hora, desafoga, mas por horas, não resolve.

Se a lenda desta paixão faz sorrir ou faz chorar, o coração é quem sabe...

Eu de vez em quando pego meu violão e começo a escrever. Faço minhas harmonias (a base) e vejo no que vai dar, despretensiosamente. Na despretensão, sai alguma coisa que me agrada. Aí eu mostro pra Renata. Ela sorri e diz que tá bonito. Não fico satisfeito, mostro pra alguns outros amigos e amigas e eles avalizam. "Poxa, tá bonito, que legal!". Vou lá no meu espaço, upo as músicas pra lá e mando recado no orkut pro pessoal ouvir e ouço mais elogios ou críticas negativas. Assim vai. Desta vez, fiz um pouco mais. Diferente de meu próprio gosto e diferente de tudo que eu já produzi nos últimos anos, me intrometi a fazer uma versão. A música é That I Would Be Good (Alanis Morissette) que virou Frágil e Eterno. Eu sou contra versões, mas o destino me deu uma rasteira e resolvi bancar a idéia e fiz uma, das que considero, melhores letras. Audacioso, fui até a comunidade da cantora canadense no orkut e dei minha cara á tapa. O pessoal sentou o pau! No entanto um elogio me deixou com a pulga atrás da orelha. Com a foto de Sandy (Sandy Leah aparecia no perfil) a "cantora" irmã do Junior fez um elogio com relação a versão e disse ter amado a canção daquela forma. Como sei que Orkut é terra de gente que se faz passar por outras gentes, fui dar uma olhada no profile da Sandy. Confesso que fiquei encasquetado, porque pareceu-me, pelos contatos, depoimentos e comunidades, ser a menina de Campinas que conquistou o Brasil ao lado de seu irmão. Bem, deixei um scrap (recado) dizendo assim: "Se você é quem diz ser, é uma honra o elogio. Se não, obrigado de qualquer forma". Dias depois recebi a resposta (que mantive no meu orkut por dias): "Sim, sou eu mesma e não precisa agradecer porque eu adoro versões. Bjs". Depois disso mandei mais um recado devidamente respondido. Sugeri a ela cantar Coldplay (a canção foi Trouble) e... Bem, passei para uma ex-especialista em Sandy e Jr saber ou confirmar se ela é ela. Depois da Renata, amigos e amigas, agora o Pierrot tem uma ilustre fã, Sandy... ou será sandice?

Como será o futuro do nosso país?
O cantor cristão João Alexandre concedeu uma entrevista a uma rádio do interior de SP. Imperdível. A clareza pra falar de assuntos referentes a música e sobre o que Bíblia diz a respeito é invejável. Ouvir foi uma alegria, porque mediante tantas loucuras e desvarios, eu vou pensando que este turbilhão de acontecimentos doentios está se dando dentro de mim e na verdade, o doente sou eu e eu sei que isso não é verdade. Doente não. Carente eu sou e isso vai durar pra sempre...
Para ouvir a entrevista baixe aqui.

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SoSuechtig, Burajiru