quinta-feira, 29 de maio de 2008

You Know a Feelling In Your Heartbeat






Com certeza ouvir (ou ler) que um cristão convicto de seus valores gosta de Madonna, deve soar como um zumbido intermitente no ouvido de alguns. Que seja. Eu gosto de Madonna. Não a ponto de ir a shows (porque não tenho dinheiro), não a ponto de comprar cds (porque não tenho dinheiro), nem muito menos comprar camisa com ela estampada (porque eu não tenho dinheiro), mas eu gosto de Madonna. E esta senhora de quase cinquenta anos (completa o jubileu em agosto deste ano) acaba de lançar uma preciosidade chamada Hard Candy. E eu explico porque tanto entusiasmo com o disco.

Neste ano eu escrevi um artigo para um site chamado Whiplash intitulado “Em Busca da Melodia Perdida”. Em suma, o texto tratava do descaso dado pelos músicos dessa geração a um dos componentes mais importantes da formação de uma canção. É lógico que os leitores, defenderam suas bandas prediletas, apontando aqui e ali, um resquício de riqueza melódica. Eu mantive minha posição por tudo que ouvi nos últimos 8 anos e este “tudo” não foi capaz de me seduzir, tirando com muita precisão, alguns exemplos claros de beleza musical.

Radicalidades à parte, não se fazem mais canções assob(v)iáveis. O modismo que conquistou o público eclético do século XXI é o “é esquisito mas eu gosto”. Independente do que podemos chamar de qualidade (“qualidade é ponto de vista”, disse um amigo meu). Em meio há tantas idiossincrasias sonoras, a Madonna vai e lança um disco ultra melódico, sem que isso signifique canções açucaradas pró-mercado. Nada contra. E tudo a favor desta artista que no século passado era mais conhecida pos suas baladas arrebatadoras (Frozen, Live To Tell, I Remember) e suas posturas politicamente incorretas, não necessariamente nesta ordem.


Madonna há um tempo é amiga do baticumdum eletrônico que tanto me afasta do que é conhecido como novo. Esta amizade tem rendido discos interessantes. Este, porém, é maravilhoso. A pesar a produção de Timbaland (o mago americano que todos querem nas carrapetas), este disco poderia constar dos clássicos dos anos 80 que a cantora compôs. As seis primeiras canções de Hard Candy são impuláveis. A presença de Justin Timberlake na composição das canções demonstram que ele é mais que um rostinho bonito que canta. A qualidade dos vocais, as melodias que poderiam ser facilmente executados por músicos “de verdade”, a presença do grave contrastando ora com teclados agudos e leves, ora com violão e guitarra suingada, apontam uma excelente tendência.


É um sonho que, a música eletrônica alcance um status (no meu coração) de música para alma. Daquelas que não se pre-ocupa (se é que o termo é apropriado quando falamos de arte), com o esqueleto e faz bem ao coração, que debruça a nossa mente sob a composição e as centenas de alternativas sugeridas pela canção.

Este disco pre-enche (assim separado, para estilizar) a lacuna que eu perseguia. É uma cantora envolvida com notas (e não apenas com sons) e que canta, cada uma dessas, com o mesmo vigor de Like a Prayer e Like a Virgin. São quase cinquenta anos de idade e pouco mais de vinte e cinco de sucesso, com muita inovação e criatividade.
Compre. Baixe. Ouça.


Veja aqui, o novo clipe de Madonna - 4 minutes

60



No sábado meu pai faz 60 anos e eu catei uma foto dele para ilustrar o blog. Seria um fechamento com chave de ouro. Oh não! Você não sabe? O diario do Pierrot vai fechar as suas portas por tempo indeterminado. Então o que você lê são os últimos parágrafos do Pierrot. O Pierrot ou se aposenta ou morre. Tô pensando no fim. Voltando ao assunto, não achar UMA foto do meu pai dá bem a pinta de como foi nossa relação desde que me entendo por gente. Não diria conflituosa. Também não diria amistosa. Talvez eu nem dissesse nada. Mas achei este número (60) tão bonito e representativo, que deixar passar em branco seria um descaso imperdoável, até para mim, que faço do descaso, uma rotina.


Em 1 de junho de 1948, nascia Daniel da Costa, filho de Maria Costa e Gabriel Ozório da Costa, na cidade de Duque de Caxias-RJ. Segundo me contam, um garoto quietinho, que brincava sozinho, que constroía seus próprios instrumentos e amava música. Seu talento ficara notório mesmo em meio á uma família tão musical. Minha avó tocava flauta transversa e meu avó banjo. As meninas da família tinham talentos vocais razoáveis e sempre afinados. Havia um coral familiar em cada feriado. E foi neste ambiente, que ele deu os primeiros passos na música. Estudando, trabalhando e se aperfeiçoando. Bem, a história é longa, mas para que o papo fale um pouco do perfil do meu pai, vamos falar de música. Ele não foi uma influência como músico para mim. Mas a mentalidade dele acerca de canção, de arranjo, de arte, tá aqui no meu sangue. Ele sempre ouviu de tudo – The Beatles, Led Zeppelin, samba, erudito, jazz, blues... – e nunca disse para mim, “esta música é da boa e esta é da ruim”. Caso ele não tivesse outras influências na minha formação de caráter, tendo me forjado a mente musical, já estaria de bom tamanho.


Saxofone, flauta, clarinete (o meu preferido) e até bateria. Meu pai sempre executou bem o que se propôs a fazer musicalmente. Chegou ao posto de Mestre de Música na carreira militar e isso sempre foi um motivo de bastante orgulho, não só para mim, como para toda sua família. Na maior parte do tempo em que ouvi meu pai tocar, eu não tinha noção se ele era bom músico ou não. Ouvia os elogios. E, “oficialmente”, só toquei com ele uma vez, num casamento de um leitor deste blog (sinta-se privilegiado Nelson Jr!). Não deixa de ser uma frustração. Eu até escrevi uma música chamada O CAMINHO VERDE pensando num solo de saxofone. Bem, ainda há tempo, quem sabe, de uma gravação. Em breve ele vai virar baiano (vai morar em Salvador) e as coisas ficam mais difíceis do que normalmente já são.

De qualquer forma pai, dizendo um pouco sobre você (e pouco é um termo que resume seu jeito de ser), é que eu te homenageio aqui no meu diário. Sinta-se presenteado já que, nem mamãe mereceu um post destes hein!


The Fool On The Hill


Gente, meio do ano. Hora de parar e pensar. O que fizemos até aqui? Mais um papo cabeça? É. Talvez. Quando a gente chega num determinado ponto na vida, pensar é um lugar sempre visitado. Fazer já não é tão empolgante. Ok. Isso não vale para tudo, mas eu percebi que algumas coisas em mim estão mudando velozmente e outras estão voltando, na mesma intensidade. Efeito sobre decisões que tomei lá atrás. Efeitos positivos. Alguns incômodos estão ficando pelo caminho e uma tranquilidade que eu desconhecia se apresentou e espero, ter chegado para ficar.
Acho até que estou escrevendo melhor. Logo agora que eu estou aposentando o diário... Fazer o quê? Faz parte da vida. Faz 3 anos que eu não toco em igreja e isso me fez um bem imensurável. Dá saudade? Não. Ás vezes dá uma coceira, aquela vontade de tocar, mas eu sei que estar lá deve ser mais que “vontade de tocar”. Me acostumei. Aceitei uma nova condiçao, imposta por mim mesmo e estou vivinho da silva.

Eu vou dizer uma coisa para você que está me lendo: eu andei reclamando bastante nos últimos posts sobre alguns conceitos de amizade, principalmente, as que me cercavam e infelizmente eu tenho uma notícia: eu estava certo. Quer entender? Dá uma olhada nos últimos textos e você vai reparar numa certa angústia sobre relacionamentos. Serei bem mais objetivo agora: dá uma olhada nas pessoas que te cercam e vejam o nível de interesse que elas tem por sua pessoa. Perceba se o interesse tá no campo afetivo ou no campo material, no que na verdade você pode propiciar a cada uma delas. Se você pensa que para o segundo caso é preciso ter dinheiro, carro, bens, esqueça. Eu não tenho nada e me cerquei de um bando de sanguessugas. Bem, o placar é injusto (tenho mais amigos que interesseiros no meu caminho) mas não deixou de ser um alerta tardinho à um cara prester a completar 34 anos de idade. Tem uma receita facílima que irá te dar um resultado breve sobre os fatos. Pense nas cinco últimas vezes em que te ligaram. Foi para pedir ou para agradecer? Foi para saber como você estava ou para ajudar uma causa alheia? Foi para festejar ou para chorar? Depois você me diz.


+ canções

Tô na entre-safra. Escrevendo pouquíssimo. Música, texto. Tô compondo uma chamada Eu/Deus. Ela tá 99,7% pronta. Esse disco da Madonna “me quebrou”. Me deu tantas idéias de arranjo. Tô pensando em chamar o coral lá da igreja para cantar uma música chamada Nos Reunimos Hoje (Daniel Jr/Amaury Figueira), o arranjo tá aqui na cachola. Ao mesmo tempo que eu sou ciumento com minhas coisas, gosto de compartilhar, saber o efeito que causa sobre as pessoas. Cantei e toquei em duas ocasiões lá na igreja uma música que começei a compor em 1998 – Invisível Mas Poderoso - e que terminei faz uns quatro meses. O feedback foi muito bom. Satisfaz a gente. Teve até quem me pedisse a letra por ter achado ela linda e tal. Eu fico feliz. Muito feliz. É uma afirmação do dom. Eu preciso. Não compro tanto meu próprio passe. Sei que poderia escrever um disco de qualidade com até 20 canções diferentes entre si. Sei que seria uma satisfação para muita gente ouvir, mas ainda não rolou.

Eu tô morrendo de sono e ainda tenho aula hoje (quinta-feira). Vou deitar. A gente se fala.




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