quinta-feira, 1 de maio de 2008

De Tanto Eu Te Falar Você Subverteu O Que Era Um Sentimento e Assim Fez Dele Razão...

Tomei coragem para escrever o diário. Vontade, vontade, eu não tenho. Por vários motivos. Não tenho mais tanto tempo – e isso não é ruim – também tenho pouca vontade de compartilhar. Estou ficando (o processo começou há mais de 3 anos) um pouco egoísta, porque realmente, não vale a pena ser de “todo mundo” quanto se pensa. Uma frase radical: não é possível ser feliz “sendo” de tanta gente. As armadilhas das relações irão te pescar. Pode ser que eu feche o diário por tempo indeterminado ou mesmo, para sempre.

Será que dá para medir o quanto estamos preocupados com nosso próprio umbigo nos últimos dias, nos últimos anos, nas últimas eras e quanto isso influencia na nossa forma de conduzir a vida? Influencia nossos valores e provavelmente nossas prioridades.

Um amigo antigo está voltando pela 2ª vez ao Nordeste. Especulo que este retorno tem a ver com o parágrafo acima. Quando ele voltou ao nosso meio, voltou esperando uma recepção mais calorosa e desta vez, não teve tapete vermelho. Triste e já sem os amigos que colecionara no período em que esteve conosco, resolveu voltar para onde se sente mais útil e quem sabe, mais amado.

Se você leu os posts dos últimos 6 meses reparou o quanto eu tenho falado da configuração mais recente da amizade, que é formada de puro e pleno interesse. Há um tempo atrás, isso me entristecia. Chegava a causar uma espécie de dor por pensar, com saudade, dos velhos tempos que não voltam mais, mas além de estar mais egoísta – como parte do processo de transformação que a gente na vida passa – estou também muito cético e o ceticismo funciona como um bálsamo da razão.

Eu gostaria que alguém me dissesse em poucas palavras o que é amizade. Me dê exemplos contemporâneos de coisas para se guardar no coração. Não quero saber de fábulas ou histórias infantis de cortar o coração.

A vida passa muito depressa e as coisas mudam na mesma velocidade. Há um ano atrás, em maio de 2007, a minha vida – em vários aspectos – era muito diferente da que é hoje. Eu olho para trás, não me reconheço, não reconheço pessoas com quem convivi e não reconheço minha própria fala. E digo que infelizmente, muita coisa piorou e isso, não necessariamente, teve consequências muito ruins, por incrível que pareça.

Eu mudei e acho que para melhor. Tenho dito à algumas pessoas que não se pode envelhecer e emburrecer. Tenho sentido uma segurança que não conhecia. Certeza em relação à vida. Não consigo por culpa em ninguém. Sei quando erro e sei meus limites, por mais que isto seja um belo clichê da maturidade. Eu me sinto bem com relação a mim mesmo e desconfortável com relação aos outros e esta é uma situação inédita.

Portanto você pode estar lendo as últimas falas do Pierrot

Todo Carnaval Tem Seu Fim - Los Hermanos

Todo dia um ninguém josé acorda já deitado.
Todo dia, ainda de pé, o zé dorme acordado.
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia.
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado de que o dia insiste em nascer.
Mas o dia insiste em nascer pra ver deitar o novo.

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada.
Toda bossa é nova e você não liga se é usada.
Todo o carnaval tem seu fim.
É o fim.

Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!

Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco?
Todo samba tem um refrão pra levantar o blogo.
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado.
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado e pinta o estandarte de azul.
E põe suas estrelas no azul.

-”Pra que mudar?”

Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!

1 comentários:

André Rocha disse...

Discordo tão frontalmente que não vejo razão para argumentar, sinceramente.

Se o Blog parar, só lamentarei a última oportunidade de ter contato com o amigo e seu cotidiano.

by TemplatesForYouTFY
SoSuechtig, Burajiru