sábado, 26 de julho de 2008

Bye, Bye, So Long, Well, Well... Adeus também foi feito pra se dizer...

É hora de matar o Pierrot.

Bem apropriado a utilização de um verbo tão “violento” por um carioca, no Rio de Janeiro. E seria repetitivo falar do nosso estado neste Estado. Onde, nem o óculos do Drummond – numa estátua de bronze em sua homenagem em Copacabana – consegue manter-se sob o nariz do poeta, por conta dos ladrões, que roubam carros, furtam gente, vidas, esperanças e aquelas coisas pelas quais lutamos, alcançamos e podemos perder. Por incrível que pareça, a vida triste que se configura, amarga e tensa, sob a desesperança da falta de um futuro mais justo, torna a mensagem do evangelho para mim, mais real, verdadeira e cheia de essência. Porque tudo que o Cristianismo é está proporcionalmente inverso ao que chamamos de “viver”. Vida, de verdade, simplesmente, só temos com Cristo. Com o Seu olhar, a Sua mente, o Seu sentir e sobretudo, a esperança de vivermos para sempre com Ele. Quando esperança, vida e futuro tornam-se reticentes no nosso vocabulário é porque estão escassas nas esquinas, nas janelas e no noticiário de tv.

link que inspirou o post: Instante Posterior







O Cavaleiro das Trevas.

A expressão “trevas” passou a ter uma conotação negativa para quem é cristão. Na leitura da Bíblia volta e meia vemos a palavra sendo associada ao diabo ou fazendo referência antagônica à luz. Então se por um mínimo acaso, você deixou de assistir Batman por conta do título, esqueça. O filme é maravilhoso. As reflexões descaradamente expostas durante todo o longa-metragem não são descartáveis e ajudam a perceber quanto o presente século está carente de identidade. Os modismos, a burra tecnologia (não a boa e útil), a carência e o vazio da população mundial, mutilam em doses cavalares a configuração original, de fábrica, que Deus deu a cada um de nós. Hoje nós somos a imagem que fizeram pra nós a cada segundo, porque no segundo seguinte ela passa a ser obsoleta, inadequada e perdedora.
Batman tem uma edição primorosa, um ritmo intenso embora trate com uma delicadeza macroscópica os motes escolhidos. Não é um filme comum, nem muito menos um filme de herói contra vilão. Ele está cheio de lacunas e brechas, que vão sendo preenchidas por cada expectador, de acordo com sua perspectiva, sem juízo de valor. Gostei tanto, que quero ver novamente.

O fim

A morte do Pierrot tem relação com falta de tempo. Também com má administração do tempo. Não é mentira dizer também que compartilhar opiniões muito viscerais cansaram-me a ponto de querer desistir. Um dos meus objetivos foi alcançado: escrever melhor. Agora é um outro lance, um outro estágio. A melhora passará por novas disciplinas e um entendimento mais abrangente da língua e do que é comunicação. De forma, que todos vocês foram meus ratos de laboratório. Espalhei minha droga aqui, por alguns anos. Vi seus efeitos e defeitos e agora não quero ver nem um e nem outro. O silêncio como forma de expressão.

Alguns projetos

Algumas coisas que já venho fazendo há alguns meses tornar-se-ão mais freqüentes. O envolvimento com a Isfreepop, até aqui tem sido positivo e por lá também, darei meus pitacos. Por enquanto tem sido através de podcasts, que possuem uma repercussão interessante e ajudam a gente a criar um estilo. Continuo compondo (talvez com mais qualidade) e talvez seja a hora de sair da toca. Nunca me esforcei pra isso por ser deveras crítico com o que faço. De um ano pra cá percebi uma evolução – mesmo que subjetiva – nas composições e acho que posso fazer delas, filhas mais bonitas. Não prometo nada e também não “desprometo”. O tempo dirá.

Obrigado.

Todo mundo que parou o seu tempo, por um momento, para ler o que eu estava dizendo. Que elogiou, que agradeceu, que compartilhou, que percebeu, que se envolveu e me conheceu durante todos estes anos. A virtualidade tem suas propriedades homeopáticas funcionais. Foi de valor a demanda de mensagens trocadas e cada palavra lida e re-lida. Espero que tenha sido tão bom ou melhor para vocês.





Bem... agora é a hora da foi-se*. Fui



O Pierrot é um personagem da Commedia Dell’Arte, apaixonado pela Colombina, mas não é correspondido. Teve como origem o personagem italiano Pedrolino.
Representa a idealização do
amor, é um sonhador, tradicionalmente retratado com uma lágrima escorrendo pelo rosto e vestindo blusa e calças bufantes brancas.

Fonte: wikipedia

sábado, 21 de junho de 2008

Dois Fãs e Suas Impressões - O Início do Fim

Escolhi como tema das minhas despedidas, falar sobre a banda que resolveu parar por tempo indeterminado. Depois dos RAIMUNDOS, LOS HERMANOS para mim, foi a banda mais criativa que apareceu nos últimos 15 anos. Depois da LEGIÃO URBANA, foi o conjunto que mais soube usar a lingua portuguesa, utilizando o sintagma (a palavra) com beleza, simplicidade. Sua música não tem como marca a autenticidade. Não. Aliás, no campo musical, ser autêntico e original é muito difícil, a começar pelas restritas 7 NOTAS MUSICAIS, mas enfim, isso é um outro assunto. A banda merece minha homenagem, além da minha espera. Alega precisar de tempo, para se dedicar a outras atividades. Aliás, eu compartilho, preciso de tempo para me dedicar à outras atividades e é também por isso que encerrarei as atividades do Diário do Pierrot. Pedi á dois amigos que escrevessem suas impressões sobre a banda, e desta vez, me abdico de escrever. Senhoras e senhores: meu amigo André Rocha e a jornalista Taís Morais, dois fãs e suas impressões.

Los Hermanos – um ano sem o grupo, mas não sem a música (Taís Morais)

Foi despretensioso.
Na verdade, o amor pelo grupo nasceu de repente.
Eles começaram em 1997, no RJ. Eu morava no Rio, e de longe gostei do rock – para mim super pesado e barulhento – que eles apresentaram em 1999.
Foi um frisson, em todas as rádios se ouvia a tal da Anna Júlia e eu corria daquela febre que alcançava todo mundo na minha faculdade.
Um dia, eu ia, Anna Julia, que eu detestava, já tinha ido e o Bloco do Eu Sozinho vinha...
Foi amor à primeira audição...
O disco não causou o mesmo alvoroço no meu ciclo de amizades. Um CDzinho nada pop, dizia uma colega. Resolvi prestar atenção e amei de paixão a música “Veja Bem Meu Bem”. Parecia ter sido feita para mim...
Em 2003, o grande disco!
Ventura, para minha ventura.
E eu, como sempre, me encantei com a música que de longe foi a que caiu nas graças do povo. Eu amei mesmo foi “Do Lado de Dentro”. Eles tinham acertado minha alma de novo...
O disco me encantou pela singela e calma seleção escolhida para a Obra.
O disco virou meu acessório indispensável.Todas as noites eu dormia com Marcelo Camelo cantando para mim. Só depois que eu caía no sono ele parava.
E fui passando meus dias.
Eles vieram à Brasília algumas vezes, e para minha frustração, em nenhuma delas consegui vê-los. Estava sempre viajando a trabalho nas datas.
Uma vez eles tocaram num local extremamente fora de mão. Foi aí que desisti de ver o show. Embora fosse pagar bem barato, preferi comprar o DVD.
Desse dia em diante, começaram meus pesadelos.
O DVD não tinha minha música preferida,
O quarto CD não era nem de longe melhor que os outros,
Os Los Hermanos anunciaram seu último show no RIO.
Como é que é, meus irmãos???? No Rio? Caramba! Isso é uma injustiça.
Nenhuma turnêzinha para dizer adeus aos fãs não-cariocas?
Nenhuma explicação para o fim?
Nada que amenizasse a perda de um dos poucos grupos musicais que apareceram nos anos 1990/2000?
Ah, esse negócio de ser fã é duro mesmo!
Não fui à despedida, não sei o que fazem os meus prediletos e nem sei se um dia voltarão.
Só sei que ainda durmo com a voz do Camelo e do Amarante.
Como a esperança é a última que morre, (até por isso nunca me casei com um homem cuja mãe tivesse este nome), ainda espero que eles ressurjam das cinzas com um CD que vá tocar fundo o meu coração e de todos os outros fãs que eles deixaram órfãos há um ano...

ÍDOLOS (André Rocha)

Não há como esse texto em homenagem a uma das melhores e mais influentes bandas da História do pop/rock nacional não ter um caráter confessional.

Depois da morte de Renato Russo em 96 e o mergulho na vida adulta, com casamento, trabalho e estudos, era difícil me ver novamente arrebatado pelo trabalho de alguma banda ou artista. A fase das descobertas adolescentes tinha passado e, com a chegada da Internet e o fim da magia dos discos de vinil, minhas esperanças de um novo encantamento tinham se extingüido.

Em 99, eu e o Brasil conhecemos e nos cansamos de "Anna Júlia", tal a massificação da música e da imagem de banda que surgia. O primeiro disco era irregular, confuso, mas com algumas boas canções, que passaram batidas pelo megasucesso onipresente.

Nunca mais ouvi falar neles. Aliás, só um burburinho de uns amigos "indies", que me deixavam confusos. Afinal, por que eles estariam elogiando uma banda tão "pop"?

Enfim, em 2004, ao ouvir o CD de estréia de Maria Rita, presente para a Cláudia, fã de Elis Regina (na época era impossível não fazer a "conexão"), me chamou atenção as três canções do compositor Marcelo Camelo, um nome que não me era estranho. Uma pesquisa e um papo com aqueles amigos de gosto "alternativo" me fizeram ouvir o segundo disco, comprar o terceiro, lançado no ano anterior, e passar a ouvir diariamente aquela banda subestimada no meu inconsciente.

A grande virada, muito comum entre os neófitos, veio com o show, no final daquele ano. Show não, uma verdadeira celebração que era ainda mais impactante porque apenas uma ou duas músicas tocavam no rádio e todas as canções eram recebidas com paixão e entoadas com algo próximo do fanatismo, mas tudo de forma alegre e incrivelmente pacífica, se formos pensar numa casa lotada de jovens ansiosos e agitados. Ali, entrando em êxtase junto com público e banda, a emoção de estar em um show voltou, embalada em versos tocantes e profundos emolduradas por uma riqueza musical rara. A conexão estava estabelecida.

Até 9 de Junho de 2007, foram mais oito shows, seis da turnê do "4", o trabalho desigual de 2005, que, se tinha alguns momentos brilhantes como "Dois Barcos" e "O Vento", mostrava também uma banda se desmembrando em duas, com o tecladista Bruno Medina e o baterista Rodrigo Barba tentando desesperadamente, nos arranjos, encontrar pontos de contato entre as díspares composições de Marcelo Camelo, mais silencioso e contemplativo, e Rodrigo Amarante, explosivo, rock'n'roll e com mais espaço para suas músicas e performances.

No último show antes do "recesso", a sensação de despedida na Fundição Progresso era sufocante. Doía ver o fim de uma etapa na carreira dos caras que praticamente ressuscitaram algo juvenil em mim e que contribuíram enormemente para a formação musical e intelectual de muitos jovens (assim como Renato Russo fizera comigo nos anos 80), que descobriram Chico Buarque, o samba, a salsa e tantos outros estilos.

Mais que isso. Com "O Bloco do Eu sozinho" e "Ventura", os Los Hermanos escreveram dois capítulos dos mais belos e enriquecedores da música em nosso país. Uma coleção de canções que muitas bandas dariam um braço e uma guitarra pela autoria. Aqueles barbudos esquisitos tinham se tornado o arauto de sua geração e, seguindo uma coerência há muito perdida no meio em que circulam, saíam de cena antes do "piloto automático".

A volta continua uma incógnita, ainda que seja assegurada pelos quatro. Mas um ano e dois dias depois daquela noite fria e de um certo desamparo na Lapa, fica a lembrança de um tempo em que a vergonha por se sentir cronologicamente deslocado era superada por uma devastadora alegria por entrar em comunhão com uma atmosfera de comoção e uma santa ingenuidade que faziam bem e tinham um quê de redenção.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

You Know a Feelling In Your Heartbeat






Com certeza ouvir (ou ler) que um cristão convicto de seus valores gosta de Madonna, deve soar como um zumbido intermitente no ouvido de alguns. Que seja. Eu gosto de Madonna. Não a ponto de ir a shows (porque não tenho dinheiro), não a ponto de comprar cds (porque não tenho dinheiro), nem muito menos comprar camisa com ela estampada (porque eu não tenho dinheiro), mas eu gosto de Madonna. E esta senhora de quase cinquenta anos (completa o jubileu em agosto deste ano) acaba de lançar uma preciosidade chamada Hard Candy. E eu explico porque tanto entusiasmo com o disco.

Neste ano eu escrevi um artigo para um site chamado Whiplash intitulado “Em Busca da Melodia Perdida”. Em suma, o texto tratava do descaso dado pelos músicos dessa geração a um dos componentes mais importantes da formação de uma canção. É lógico que os leitores, defenderam suas bandas prediletas, apontando aqui e ali, um resquício de riqueza melódica. Eu mantive minha posição por tudo que ouvi nos últimos 8 anos e este “tudo” não foi capaz de me seduzir, tirando com muita precisão, alguns exemplos claros de beleza musical.

Radicalidades à parte, não se fazem mais canções assob(v)iáveis. O modismo que conquistou o público eclético do século XXI é o “é esquisito mas eu gosto”. Independente do que podemos chamar de qualidade (“qualidade é ponto de vista”, disse um amigo meu). Em meio há tantas idiossincrasias sonoras, a Madonna vai e lança um disco ultra melódico, sem que isso signifique canções açucaradas pró-mercado. Nada contra. E tudo a favor desta artista que no século passado era mais conhecida pos suas baladas arrebatadoras (Frozen, Live To Tell, I Remember) e suas posturas politicamente incorretas, não necessariamente nesta ordem.


Madonna há um tempo é amiga do baticumdum eletrônico que tanto me afasta do que é conhecido como novo. Esta amizade tem rendido discos interessantes. Este, porém, é maravilhoso. A pesar a produção de Timbaland (o mago americano que todos querem nas carrapetas), este disco poderia constar dos clássicos dos anos 80 que a cantora compôs. As seis primeiras canções de Hard Candy são impuláveis. A presença de Justin Timberlake na composição das canções demonstram que ele é mais que um rostinho bonito que canta. A qualidade dos vocais, as melodias que poderiam ser facilmente executados por músicos “de verdade”, a presença do grave contrastando ora com teclados agudos e leves, ora com violão e guitarra suingada, apontam uma excelente tendência.


É um sonho que, a música eletrônica alcance um status (no meu coração) de música para alma. Daquelas que não se pre-ocupa (se é que o termo é apropriado quando falamos de arte), com o esqueleto e faz bem ao coração, que debruça a nossa mente sob a composição e as centenas de alternativas sugeridas pela canção.

Este disco pre-enche (assim separado, para estilizar) a lacuna que eu perseguia. É uma cantora envolvida com notas (e não apenas com sons) e que canta, cada uma dessas, com o mesmo vigor de Like a Prayer e Like a Virgin. São quase cinquenta anos de idade e pouco mais de vinte e cinco de sucesso, com muita inovação e criatividade.
Compre. Baixe. Ouça.


Veja aqui, o novo clipe de Madonna - 4 minutes

60



No sábado meu pai faz 60 anos e eu catei uma foto dele para ilustrar o blog. Seria um fechamento com chave de ouro. Oh não! Você não sabe? O diario do Pierrot vai fechar as suas portas por tempo indeterminado. Então o que você lê são os últimos parágrafos do Pierrot. O Pierrot ou se aposenta ou morre. Tô pensando no fim. Voltando ao assunto, não achar UMA foto do meu pai dá bem a pinta de como foi nossa relação desde que me entendo por gente. Não diria conflituosa. Também não diria amistosa. Talvez eu nem dissesse nada. Mas achei este número (60) tão bonito e representativo, que deixar passar em branco seria um descaso imperdoável, até para mim, que faço do descaso, uma rotina.


Em 1 de junho de 1948, nascia Daniel da Costa, filho de Maria Costa e Gabriel Ozório da Costa, na cidade de Duque de Caxias-RJ. Segundo me contam, um garoto quietinho, que brincava sozinho, que constroía seus próprios instrumentos e amava música. Seu talento ficara notório mesmo em meio á uma família tão musical. Minha avó tocava flauta transversa e meu avó banjo. As meninas da família tinham talentos vocais razoáveis e sempre afinados. Havia um coral familiar em cada feriado. E foi neste ambiente, que ele deu os primeiros passos na música. Estudando, trabalhando e se aperfeiçoando. Bem, a história é longa, mas para que o papo fale um pouco do perfil do meu pai, vamos falar de música. Ele não foi uma influência como músico para mim. Mas a mentalidade dele acerca de canção, de arranjo, de arte, tá aqui no meu sangue. Ele sempre ouviu de tudo – The Beatles, Led Zeppelin, samba, erudito, jazz, blues... – e nunca disse para mim, “esta música é da boa e esta é da ruim”. Caso ele não tivesse outras influências na minha formação de caráter, tendo me forjado a mente musical, já estaria de bom tamanho.


Saxofone, flauta, clarinete (o meu preferido) e até bateria. Meu pai sempre executou bem o que se propôs a fazer musicalmente. Chegou ao posto de Mestre de Música na carreira militar e isso sempre foi um motivo de bastante orgulho, não só para mim, como para toda sua família. Na maior parte do tempo em que ouvi meu pai tocar, eu não tinha noção se ele era bom músico ou não. Ouvia os elogios. E, “oficialmente”, só toquei com ele uma vez, num casamento de um leitor deste blog (sinta-se privilegiado Nelson Jr!). Não deixa de ser uma frustração. Eu até escrevi uma música chamada O CAMINHO VERDE pensando num solo de saxofone. Bem, ainda há tempo, quem sabe, de uma gravação. Em breve ele vai virar baiano (vai morar em Salvador) e as coisas ficam mais difíceis do que normalmente já são.

De qualquer forma pai, dizendo um pouco sobre você (e pouco é um termo que resume seu jeito de ser), é que eu te homenageio aqui no meu diário. Sinta-se presenteado já que, nem mamãe mereceu um post destes hein!


The Fool On The Hill


Gente, meio do ano. Hora de parar e pensar. O que fizemos até aqui? Mais um papo cabeça? É. Talvez. Quando a gente chega num determinado ponto na vida, pensar é um lugar sempre visitado. Fazer já não é tão empolgante. Ok. Isso não vale para tudo, mas eu percebi que algumas coisas em mim estão mudando velozmente e outras estão voltando, na mesma intensidade. Efeito sobre decisões que tomei lá atrás. Efeitos positivos. Alguns incômodos estão ficando pelo caminho e uma tranquilidade que eu desconhecia se apresentou e espero, ter chegado para ficar.
Acho até que estou escrevendo melhor. Logo agora que eu estou aposentando o diário... Fazer o quê? Faz parte da vida. Faz 3 anos que eu não toco em igreja e isso me fez um bem imensurável. Dá saudade? Não. Ás vezes dá uma coceira, aquela vontade de tocar, mas eu sei que estar lá deve ser mais que “vontade de tocar”. Me acostumei. Aceitei uma nova condiçao, imposta por mim mesmo e estou vivinho da silva.

Eu vou dizer uma coisa para você que está me lendo: eu andei reclamando bastante nos últimos posts sobre alguns conceitos de amizade, principalmente, as que me cercavam e infelizmente eu tenho uma notícia: eu estava certo. Quer entender? Dá uma olhada nos últimos textos e você vai reparar numa certa angústia sobre relacionamentos. Serei bem mais objetivo agora: dá uma olhada nas pessoas que te cercam e vejam o nível de interesse que elas tem por sua pessoa. Perceba se o interesse tá no campo afetivo ou no campo material, no que na verdade você pode propiciar a cada uma delas. Se você pensa que para o segundo caso é preciso ter dinheiro, carro, bens, esqueça. Eu não tenho nada e me cerquei de um bando de sanguessugas. Bem, o placar é injusto (tenho mais amigos que interesseiros no meu caminho) mas não deixou de ser um alerta tardinho à um cara prester a completar 34 anos de idade. Tem uma receita facílima que irá te dar um resultado breve sobre os fatos. Pense nas cinco últimas vezes em que te ligaram. Foi para pedir ou para agradecer? Foi para saber como você estava ou para ajudar uma causa alheia? Foi para festejar ou para chorar? Depois você me diz.


+ canções

Tô na entre-safra. Escrevendo pouquíssimo. Música, texto. Tô compondo uma chamada Eu/Deus. Ela tá 99,7% pronta. Esse disco da Madonna “me quebrou”. Me deu tantas idéias de arranjo. Tô pensando em chamar o coral lá da igreja para cantar uma música chamada Nos Reunimos Hoje (Daniel Jr/Amaury Figueira), o arranjo tá aqui na cachola. Ao mesmo tempo que eu sou ciumento com minhas coisas, gosto de compartilhar, saber o efeito que causa sobre as pessoas. Cantei e toquei em duas ocasiões lá na igreja uma música que começei a compor em 1998 – Invisível Mas Poderoso - e que terminei faz uns quatro meses. O feedback foi muito bom. Satisfaz a gente. Teve até quem me pedisse a letra por ter achado ela linda e tal. Eu fico feliz. Muito feliz. É uma afirmação do dom. Eu preciso. Não compro tanto meu próprio passe. Sei que poderia escrever um disco de qualidade com até 20 canções diferentes entre si. Sei que seria uma satisfação para muita gente ouvir, mas ainda não rolou.

Eu tô morrendo de sono e ainda tenho aula hoje (quinta-feira). Vou deitar. A gente se fala.




quinta-feira, 1 de maio de 2008

De Tanto Eu Te Falar Você Subverteu O Que Era Um Sentimento e Assim Fez Dele Razão...

Tomei coragem para escrever o diário. Vontade, vontade, eu não tenho. Por vários motivos. Não tenho mais tanto tempo – e isso não é ruim – também tenho pouca vontade de compartilhar. Estou ficando (o processo começou há mais de 3 anos) um pouco egoísta, porque realmente, não vale a pena ser de “todo mundo” quanto se pensa. Uma frase radical: não é possível ser feliz “sendo” de tanta gente. As armadilhas das relações irão te pescar. Pode ser que eu feche o diário por tempo indeterminado ou mesmo, para sempre.

Será que dá para medir o quanto estamos preocupados com nosso próprio umbigo nos últimos dias, nos últimos anos, nas últimas eras e quanto isso influencia na nossa forma de conduzir a vida? Influencia nossos valores e provavelmente nossas prioridades.

Um amigo antigo está voltando pela 2ª vez ao Nordeste. Especulo que este retorno tem a ver com o parágrafo acima. Quando ele voltou ao nosso meio, voltou esperando uma recepção mais calorosa e desta vez, não teve tapete vermelho. Triste e já sem os amigos que colecionara no período em que esteve conosco, resolveu voltar para onde se sente mais útil e quem sabe, mais amado.

Se você leu os posts dos últimos 6 meses reparou o quanto eu tenho falado da configuração mais recente da amizade, que é formada de puro e pleno interesse. Há um tempo atrás, isso me entristecia. Chegava a causar uma espécie de dor por pensar, com saudade, dos velhos tempos que não voltam mais, mas além de estar mais egoísta – como parte do processo de transformação que a gente na vida passa – estou também muito cético e o ceticismo funciona como um bálsamo da razão.

Eu gostaria que alguém me dissesse em poucas palavras o que é amizade. Me dê exemplos contemporâneos de coisas para se guardar no coração. Não quero saber de fábulas ou histórias infantis de cortar o coração.

A vida passa muito depressa e as coisas mudam na mesma velocidade. Há um ano atrás, em maio de 2007, a minha vida – em vários aspectos – era muito diferente da que é hoje. Eu olho para trás, não me reconheço, não reconheço pessoas com quem convivi e não reconheço minha própria fala. E digo que infelizmente, muita coisa piorou e isso, não necessariamente, teve consequências muito ruins, por incrível que pareça.

Eu mudei e acho que para melhor. Tenho dito à algumas pessoas que não se pode envelhecer e emburrecer. Tenho sentido uma segurança que não conhecia. Certeza em relação à vida. Não consigo por culpa em ninguém. Sei quando erro e sei meus limites, por mais que isto seja um belo clichê da maturidade. Eu me sinto bem com relação a mim mesmo e desconfortável com relação aos outros e esta é uma situação inédita.

Portanto você pode estar lendo as últimas falas do Pierrot

Todo Carnaval Tem Seu Fim - Los Hermanos

Todo dia um ninguém josé acorda já deitado.
Todo dia, ainda de pé, o zé dorme acordado.
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia.
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado de que o dia insiste em nascer.
Mas o dia insiste em nascer pra ver deitar o novo.

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada.
Toda bossa é nova e você não liga se é usada.
Todo o carnaval tem seu fim.
É o fim.

Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!

Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco?
Todo samba tem um refrão pra levantar o blogo.
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado.
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado e pinta o estandarte de azul.
E põe suas estrelas no azul.

-”Pra que mudar?”

Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!

sábado, 15 de março de 2008

Give Peace a Chance

... Pelo menos, poderemos ter dois retiros também, não?


Fiquei sabendo esta semana que a Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) teria aprovado uma lei na qual teríamos Carnaval no meio do ano, para ser mais preciso, em julho. Seriam três dias de desfile. Para que a lei seja sancionada precisa apenas do amem do governador Sérgio Cabral. O presidente da associação das escolas de samba do nosso estado, reclamou do tal carnaval de inverno, alegando falta de condições financeiras. Uma enquete foi feita nas ruas do Rio perguntando a população o que eles achavam da idéia. Uma maioria esmagadora concordou, ousando até em dizer, que o Rio se tornaria como a Bahia, Carnaval o ano inteiro.

E aí eu pergunto aos meus amigos leitores. Há solução para o Brasil?


Para uma minoria


Mudando de assunto, eu gostaria tanto que algumas pessoas que não lêem este blog o lessem agora. Já convivi com uma espécie de gente, que ama sua língua e, por conseguinte sua peçonha. Disputam com as revistas de fofoca, a primazia da notícia. Não canso de dizer a Sra. Renata, que se déssemos liberdade (e mesmo não dando, eles ousam), falariam das nossas vidas, nos corredores do prédio, nas ruas do bairro, nas escadarias da igreja, no gabinete pastoral. Como sou feliz, por jamais ter permitido, que esse pessoalzinho soubesse meu telefone domiciliar, meu e-mail ou qualquer coisa íntima. Digo, sem medo, que é do pessoal mais difícil de suportar. Pessoas que não se ocupam de suas vidas e ocupam, imaginariamente, a vida do próximo. Tenho amigos que são vítimas desta laia ou como diria D. Florinda, desta gentalha. Parece este, ser um mal incurável, ou pelo menos, longe das minhas providências. Como Deus cura alguém da fofoca? Que tipo de medicamento é direcionado, quem se alimenta, avidamente, dos interesses alheios? Que câncer é este, que sob o calor mais escaldante, não encontra redução, não encontra discrição, não encontra misericórdia? Ainda ocupam lugares nobres, desejados e austeros. Influenciam pessoas, maquinam pequenas vinganças e possuem rostos de piedade. Choram. Riem e mesmo assim, são incapazes de mudarem. Vejo gerações inteiras de capacitados para o mal.


Momento narciso


Estou muito feliz por ter a oportunidade de continuar escrevendo. Agora, de forma até um pouco mais formal. Escrevendo artigos para um site de rock (whiplash), escrevendo reviews (pequenas resenhas) para a Isfree e exercendo o que tento fazer de melhor: expor um pensamento lúcido sobre uma vida louca. Em breve, estaremos com a Isfree Magazine, que será uma revista eletrônica, vinculada a Isfree, especializada em séries americanas. Além de reportagens, teremos também artigos e muitas curiosidades. Na revista de estréia, fiz algumas matérias sobre séries clássicas e escreverei sempre uma coluna chamada Fora de Série, dando uma pincelada naquilo que há de mais interessante no mundo da séries. Quando eu comecei a escrever para o Dani-se (o antigo nome do Diário, em 2003), a idéia era melhorar o exercício da escrita. Afinal de contas, naquele ano, estava começando a fazer jornalismo e o que dizer de um futuro cronista que comete erros banais de português? Precisava ter uma autocrítica e receber a crítica de quem leria. Foi o que eu fiz. Sobretudo, fico feliz de nesses cinco anos ter desenvolvido meu próprio estilo. Não ser cover de ninguém. Minha personalidade hoje está inserida nos textos e, eu sei, que tem dna por trás delas. O Blog Los Hermanos (na qual fui colaborador algum tempo) também me ajudou a “entender” cabeça de leitor de Internet, dando uma tranqüilidade, que jamais tive. Graças à experiência, graças à idade.


O canal da Internet, além de ser um instrumento de pensamento, é onde exponho minhas canções, onde ganho elogios e críticas e, sobretudo, dou minha contribuição artística para o mundo. Contribuição acredito eu, mais ingênua e sincera, que um artista pode oferecer para a humanidade. Não há moeda de troca, mais recompensadora, do que mover o tempo de um estranho, abraçar um amigo distante, felicitar irmãos, através da arte. Já conheci tanta gente bacana, já falei com tanta gente legal, com verdadeiros amigos, que sinalizaram suas existências, através da co-existência do diário. Conheci um dos meus letristas preferidos (Gian Fabra, baixista da Legião na década de 90) por conta do Diário. Revi minha amiga de 4ª série, Thais Morais (renomada jornalista) por conta do Orkut e do Diário. Refiz a liga da família através do Diário, com minha irmã Rose e com minha tia Iraci e com outros membros da família Oliveira. Felicito meus amigos distantes e que são sempre muito próximos do meu coração. Logo, este espaço é abençoado. Não é uma verborragia gratuita de sensações finitas. É um encontro com gente que eu amo.


E pra terminar...


E apenas se lembrando de gente que eu amo, que eu esqueço da notícia do Double Carnival. Que me envergonha e muito, de ser brasileiro e porque não, de ser carioca. Lembrando de gente que eu amo, me esqueço, de tais fofoqueiros, que já beberam no meu copo e que hoje, estão tão longe, que já não posso ver a lenta saliva venenosa, que desce dos seus lábios, a cada ataque. Lembrando de gente que eu amo, eu lembro de que, a amizade, não se dispõe de momentos festivos (e estou longe de festejar a muitos anos), de encontros regados à bebida, saudade ou piadas. A amizade está repleta de constatações verdadeiras, de que a vida não termina no “off” do computador. Para dizer a verdade, a vida começa, quando eu desligo.

sábado, 1 de março de 2008

O melhor plano de saúde é viver...

Horário: 14:00

Cenário: Duque de Caxias

Lugar: uma destas clínicas médicas que tem como especialidade fazer exames de admissão e demissão.

Personagens: eu, três senhoras entre 50 e 60 anos e um médico sem jaleco.

Título: Quando a paciência se despede sem dizer tchau.

Lá vou eu em direção a Dallas (apelido carinhoso de Caxias, município do Rio) fazer um exame médico que comprove que estou apto para assumir minhas funções como Orientador Educacional. Um sol para cada um, conforme diz Galvão Bueno, fico na expectativa de resolver tudo rapidamente. Tinha outras missões para o mesmo dia. Encontro o tal lugar. Com um lay out de dar inveja a qualquer aviário (com todo respeito às penosas) encontro as “recepcionistas” e lhes digo meu objetivo ali:

- Vim fazer exame admissional.

- Qual é a função, meu filho?

- Boa pergunta.

Pausa para o telefone, falar com os novos patrões:

- Oi xxxxxxxxx. Aqui é o Daniel, estou na clínica e estão me perguntando a função.

- Ah Daniel. É orientador. Como você não é formado ainda, não pode assinar como professor.

- Ok.

Volto as senhôras (circunflexo meu):

- Orientador

- Ok. Gumercinda (eu inventei o nome, porque ela tinha cara de Gumercinda) atende este rapaz.

Sento-me na cadeira ao lado:

- A firma tem convênio?

- Não sei.

- Então é particular?

- Também não sei. Só me informaram para vir aqui fazer o exame.

- Se não veio ninguém da sua empresa, é particular e o senhor tem que pagar.

Segunda pausa para o telefone, falar novamente com os novos patrões:

- O xxxxxxxxxx ela está me dizendo que eu tenho que pagar. É isso mesmo?

- Não eu já estive ontem aí e paguei.

Sou interrompido pela D. Genésia (sei lá se era esse o nome):

- Qual o nome do lugar?

- xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

- Não tem este nome aqui não, ela teve aqui mesmo?

Volto ao celular, a patroa responde:

- Não, a razão social não é essa não. É xxxxxxxxxxxxxxxxx.

Repito o nome dito no celular:

- O nome certo é xxxxxxxxxxxxxxxxx.

- Ah sim. Está aqui.

Volto à atenção para Gumercinda.

- Identidade

- Está aqui.

- Seu nome?

Não respondo, com o indicador, afasto mais a identidade para que ela mesma veja meu nome.

Após os procedimentos, levanto-me e aguardo por ali mesmo para ser chamado.

Neste momento a “girl” (que fazia o papel de boy) está enrolada por não ter conseguido achar o número certo do grampo do grampeador que o Dotô havia encomendado.

Entre desentendimentos e argumentações, ele pede uma água e pede que ela volte à papelaria.

Chamam meu nome, levanto prontamente para ir a uma sala que lembra banheiro de empregada. Arrumado, mas pequeno, pra dizer a verdade, pequeníssimo. Percebo que não sou eu, o sobrenome é diferente. Volto para sentar-me.

Depois de quatro perguntas triviais que não quero reproduzir aqui, leio que estou “apto para as funções do trabalho” no atestado.

Horário 16: 40

Impaciente com o atendimento, com o lugar, com o calor, com a muvuca de gente pela rua, volto para Penha, meu abrigo, a fim de resolver outros problemas e ainda ir para a faculdade. Vou pensando no caminho, que, ao menos, a pequena aventura me dera inspiração para o Diário.

TEOCENTRISMO TUPINIQUIM

Na idade medieval, no início do século XV, a igreja católica era o Bush do mundo. Só comia no seu prato, quem vendesse seus terrenos e propriedades para seu domínio. Através da indulto do Papa e do alto clero, você nobre, poderia ter seu lugarzinho no céu. Poucas pessoas tinham acesso a Bíblia e mesmo que tivessem, o analfabetismo na Europa era grande. De um jeito muito similar ao que vemos hoje em dia, ela dominava, escravizava e tinha seu próprio exército. Neste período estava em voga o TEOCENTRISMO, que em palavras pro leitor do Diário entender, era uma filosofia na qual se acreditava que Deus é o centro do Universo, tudo foi criado por ele, por ele é dirigido e não há outra razão além do desejo divino sobre a vontade humana (wikipedia). Então era mais ou menos assim: se uma criança perguntasse a mãe o porquê de estar chovendo, ela responderia: porque Deus quer que chova.

Olhando ignorantemente para o fato histórico, parece ser bom, mas não é. Séculos depois, nós temos o TEOCENTRISMO TUPINIQUIM, para variar, pior do que o original. Pior porque não temos Lutero, para a Reforma. Deus virou o principal responsável por tudo na nossa vida, inclusive responsável por nossa parte. Pedimos a Deus que nos dê um bom emprego (e quem não quer?) um bom salário (e quem não quer?) uma boa esposa ou marido (e quem não quer?) uma boa casa (e quem não quer?) e tudo de bom que há nesta terra, para cada desejo e, sinceramente acho, que fazemos pouco para isso. Muito pouco. Eu, pelo menos acho, que me preparei inadequadamente para a vida, sob certos aspectos e não tenho timidez de dizer isso. Olho pra trás e vejo que poderia ter feito de uma forma diferente certas coisas ou ter sido mais persistente em outras e tais decisões não tomadas, influenciaram no meu futuro e se refletem agora no presente. Verdade é, que o passado serve para constatação do que foi e do que pode ser melhorado.

De forma, que eu cheguei á conclusão que eu preciso viver mais. Estudar mais. Trabalhar mais. Estar mais na vida. Isso inclui se preparar com mais intensidade e relaxar na mesma velocidade. Estar entre aqueles que está mostrando pra Deus que querem uma chance de ser feliz de um jeito até planejado, MAS, se nada der certo (ou não como o planejado), não olhar pra trás com remorso ou arrependimento e entender que tudo que necessariamente deveria ser feito foi feito e que o melhor foi colhido.

Não quero que meu Deus tenha as costas largas. Nem Ele. Não sou religioso de agregar a Deus funções minhas e nem meu relacionamento com Ele pode ser “toma lá da cá”. Eu dou pra Ele, Ele me dá. Eu quero um pouco mais. Eu tô muito a fim de viver com graça e alegria, comer uma costela deliciosa com a minha esposa, ir ao cinema e beber do saber dentro da sala de aula, estar disposto a apreender mais e doar conhecimento. Cumprir com ousadia e destreza os projetos das quais estou envolvido e ir contra aquilo que seria muito fácil: dobrar os joelhos, cruzar os braços e esperar do Céu, a solução pros meus pequenos problemas.

Então, não ao TEOCENTRISMO TUPINIQUIM. É hora de fazer o que Ele não faz e deixar pra Ele aquilo só Ele pode fazer. No campo do impossível, onde nossa mão não alcança, Ele tudo vê.

Ah... Bancando o espiritual... rsrsrs

SUCURSAL DO INFERNO

Este é o apelido curioso que o sindicato dos bancários chama o banco onde trabalhei alguns anos. A origem do “nick” se dá pelo fato do banco americano não ceder á greve dos bancários e mesmo assim, gozar das poucas conquistas do sindicato.

Eu não vou ficar aqui dizendo algumas histórias que eu conheço por ter vivido lá (e viver é o verbo certo), mas uma coisa fique bem clara.

Perdi (no sentido de alma) um amigo alegre para esta instituição. O cara entrou feliz, sorridente, otimista, casado, sem filhos e cheio de pretensões. Saiu 10 anos depois com síndrome do Pânico, tomando remédios controlados e apresentando sintomas do TOC (transtorno obsessivo compulsivo), sem contar que a esperança e a auto-estima foram pras cucuia, dando lugar a um cara doente, endividado e com a lamentação nos lábios. Boa parte da culpa do estado do meu amigo foi da “Sucursal”. Foram de pessoas maldosas, de gente assumidamente má e que tem interesse apenas na mão de obra de todos nós. Afinal somos números.

Reclamar assim, como se nada de bom tivesse acontecido, parece ser uma ingratidão. Fique claro, aprendi a saber um pouco sobre mim e meu caráter, olhando o espelho da imperfeição na vida de muitos ali e conservo a saudade do ambiente bacana e dos pouquíssimos amigos.

Sempre dizia a este anônimo amigo que jamais acreditasse nos elogios e muito menos nas críticas, pois ambas possuem a mesma força. A crítica te engana acerca de nossas habilidades. O elogio nos seduz a “cegar” nossas falibilidades. Ou seja, medir tudo e pensar sobre todos é um bom caminho.

A saída da instituição deixa em nosso espírito uma série de cenas angustiantes e depressivas que só quem já vivenciou algo parecido sabe dizer com exatidão imprecisa.

Ao meu amigo e irmão eu desejo sorte em Deus e que ele ressurja.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Venha sobre mim o teu constante amor, ó Senhor, e a tua salvação segundo a tua promessa - Salmos 119.41

X




O que a baiana onipresente Ivete Sangalo tem em comum com a mineira Ana Paula Valadão? Ambas são modelos para a sociedade feminina brasileira.

Por uma questão de gosto, não consigo ouvir nada de nenhuma das duas. Ambas são simpaticíssimas e igualmente chatas. Suas músicas colam em nossos ouvidos, por força do sucesso ou por força bruta dos ouvintes fanáticos. Verdade é que, toda mulher, com exceção salutar, gostaria de ser uma delas.

Ivete é o exemplo da mulher bem sucedida (?) no Brasil. Com ar independente, sorriso quase permanente e talento. Ana Paula Valadão, estilo angelical, voz mansa, personalidade submissa à religião e à suas idéias de adoração. Ao contrário de todo a sensualidade que a baiana representa, APV é quase um espírito reto que vive por aqui, no mundo dos mortais.

Chamá-la de onipresente não é um exagero. Comercial de cerveja, de sandália, de perfume, de xampu e até de venda de cd! Quem diria, uma artista que sempre aparece cantando os jingles, aqui e ali, faz música “de verdade”. No carnaval então uma overdose de Ivete em cima de todos os trio-elétricos, blocos, carros alegóricos, bonecos e por aí vai.

APV é a mulher cristã ideal. Espiritual, boa voz, cabelos soltos, rosto branco e alvo como a neve. Pureza, canção e choro, tudo numa só canção. E as meninas ficam lá, gritando, chorando, amargurando como ela. Em cada discurso, um “amém” de concordância. Seja lá a discrepância dita. Pensar pra quê? Foi ela que disse. Tudo que for ligado na terra (!) será ligado no céu.

Neste liga-desliga, o que mais se vê hoje é clone do robô Ivete/Ana Paula. Seja santa para cada ocasião ou charmosa quando todo mundo já está na pista. Mulheres do dia a dia que fingem felicidade, tais quais os namorados fingem fidelidade no carnaval.

Ivete “Baiana” Sangalo ganhou uma concorrente á altura. Claudia Leite, ex (?) integrante do grupo de axé Babado Novo e que segue carreira solo após o carnaval. Loirinha com a marca indelével de quem é da Bahia de todos os santos, o sorriso. Já APV, de um santo só, perdeu um pouco o bastão da realeza para outros grupos que surgiram após o Ministério Diante do Trono. O fogo do altar não está tão fumegante quanto antes, pra mídia já não é mais interessante.

Saia curta ou saia longa, que saiam logo! Pierrot não agüenta mais nenhuma das duas! “Misericórdia irmão!” Dirão alguns. Misericórdia peço eu.


Retiro de Carnaval

Eu pensei cá com meus botões: “Mais um não dá”, mas Renata queria porque queria ir. Então vamos lá. Seja o que Deus quiser. Não sei se vocês já perceberam, mas a gente usa á esmo esta expressão (seja o que Deus quiser), na verdade, queremos que prevaleça o nosso desejo, a nossa vontade. Este “seja o que Deus quiser” é mais uma espécie de “Eu não tô afim mais se vira Deus”. Eu fui. E Deus não se virou não, ficou de frente, o tempo inteiro. Foram momentos muito gostosos, bacanas. Pra você que lê e não é evangélico, fica meio difícil explicar o que é bom pra gente (cristão), que não seja mulata, samba, cerveja, acidentes automobilísticos, região dos Lagos, Sapucaí e Beija-flor. Antes de mais nada, o sítio em Xerém tem paisagem bucólica (sempre quis usar esta palavra) e o horizonte te embebeda de uma realidade desconhecida. Daí teu espírito fica naturalmente aberto a novas sensações e um novo respirar na presença do Criador. Eu sei que falando assim, fica parecendo com aqueles movimentos hippies dos anos 70, o Power Love. Não. Lá naquele imenso campo verde não tem cachimbo da paz, sexo livre e Jimi Hendrix. Lá tem vontade de se isolar do Rio de Janeiro, do Brasil e acho até que do Planeta. Disse a minha sogra ano passado, que, caso houvesse caravana pra Marte no Carnaval, eu seria um dos passageiros. Ninguém se animou. Então Xerém, aqui vamos nós.

Valeu a pena! Foi tudo muito bem costurado pelo amadorismo. Não no sentido organizacional, pelo contrário, mas tudo fluiu tão bem, sem que ali existisse um código de normas e regras, que parecia realmente que estávamos numa nova comunidade, com aqueles nomes esotéricos: Luz do Amanhã.

Deixe-me rir (hahaha). Estou tentando escrever de forma dualística. Dar a visão secular de quem viveu durante cinco dias de forma espiritual lá no sítio. Bem, verdade é, que fica difícil expressar as experiências que se tem com Deus mediante louvor á sua Glória e majestade. E dentro deste pacote ainda ter piscina, toboágua, campo de futebol, quadra, vôlei e muita zoação. No meio da molecada (era maioria), eu me senti de novo um moleque. Daqueles que não perdem o sorriso por nada e, sobretudo não se sente sozinho. Achei até gente que disse o seguinte: “Daniel, quando te via tocando lá na igreja, sempre quis ter uma amizade com você por achar que isso seria muito interessante. Quando vi que no quarto onde fui alojado você estava também, fiquei muito feliz”.

O Pierrot quase foi ás lagrimas mediante tal declaração. Pierrot sendo alvo de desejos saudáveis e de amizade, sendo mirado por uma multidão de meninos e meninas que tem sede de Deus. Uma geração de gente que ama mais ler (a Bíblia) do que cantar (adoradores, loucos ou sãos). Isso era um sonho. Não é real.

Precisaria de alguns dias pra descrever em detalhes tudo que aprendemos de tudo que foi dito, cantado, testemunhado e, sobretudo, vivido. Mas vai lá. Vou deixar pra quem ler me perguntar.
Perdi a senha

Perdi a senha do blog Caixa de Música. Realmente não sei como deixei isto acontecer. O trabalhinho da Isfree (http://www.isfree.tv/) tomou um bocado do meu tempo e eu fiquei com a cabeça meio perdida e aflita. Terei que criar um outro blog. Só pra explicar: sem senha, não há como atualizar, deletar ou corrigir qualquer coisa no site.


Filipenses 4:6

“Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus”.


Quem nunca ficou ansioso? Que não esperou com unhas e dentes, das coisas mais banais ás fundamentais? Quem nunca perdeu o sono no meio da noite e perdeu o timing do pensamento em meio á outras atividades? Eu diria que é impossível não ser ansioso num mundo que está te propondo o tempo inteiro novos desafios. Um novo desafio não parte de você, parte de fora. Até os desafios de Deus nascem Nele primeiro, pra depois nos alcançarem. E aí, sejam pelas coisas santas ou pelas “profanas”, trazemos o futuro (irrealizado) pro presente (realizado) e sofremos, sofremos, sofremos...

Ações de graça, segundo o texto acima, é um dos pré-requisitos da não-ansiedade. A gratidão a Deus, em tudo e por tudo é a tênue camada fina da tranqüilidade. É o nosso Diazepam. Agradecer pelo que não se vê? Putz... Como fazer isso? Fé meus amigos! Sem fé não se faz nada. Não se atravessa nem a rua.

Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Hebreus 11:6

A fé renova a esperança mesmo não sendo palpável e além de tudo torna o vínculo com Deus mais bonito, mais real. Pois é, fé é mais ou menos isso: a inexistência do visível tornando palpável a relação com Deus. Psicologicamente, em “dias de fé”, nosso humor é alterado. Porque cremos, estamos adiante. Gratos pelo que não vimos. A gratidão, diferente da ansiedade, não nos faz viver o que estar por vir, mas agradece pelo que virá e o que virá. Por isso a fé tem uma força diferente e além de qualquer misticismo pagão, plural, egoísta e idiota. Fé em Deus não é simplesmente crer que Ele fará conforme o nosso desejo, mas que Ele realizará o melhor, além do nosso desejo. Não, não é fácil, mas é assim, se cresce, se vive, se caminha.

Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, Efésios 3:20

Ah! Como é bom saber disso! Melhor do que saber mesmo, É CRER!!! Não, não tem segredo: cinco passos de fé, cinco maneiras eficazes de andar cheio de fé, fórmulas mágicas, alteradoras das nossas mais sensíveis percepções. Não. Temos que viver, tal qual o lema do AA (Alcoólicos Anônimos), um dia de cada vez.

É... Pra quem começou com um discurso desanimador (Ivete x Ana Paula), até que as últimas palavras foram encorajadoras!!! AHAHAHA... Vai saber!!!

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SoSuechtig, Burajiru